Pesquisa aplica técnica de edição genética para revolucionar a firmeza e durabilidade dos morangos
O morango cultivado (Fragaria × ananassa), pertencente à família Rosaceae, é reconhecido por seu sabor e benefícios à saúde, desempenhando um papel vital na agricultura
Investigadores da Universidade de Málaga, na Espanha, realizaram um avanço significativo ao aplicar a técnica de edição genética CRISPR/Cas9 no genoma do morango, resultando em melhorias na firmeza do fruto, redução do amolecimento pós-colheita e maior resistência à podridão fúngica, incluindo a Botrytis cinerea. Este estudo evidencia mais uma vez o potencial da edição genética para aprimorar características pós-colheita de frutas e vegetais, contribuindo para a redução do desperdício de alimentos e minimizando seu impacto socioambiental.
O morango cultivado (Fragaria × ananassa), pertencente à família Rosaceae, é reconhecido por seu sabor e benefícios à saúde, desempenhando um papel vital na agricultura. No entanto, sua textura macia contribui para uma vida útil curta, resultando em perdas econômicas significativas.
Os esforços atuais visam melhorar a firmeza do morango sem comprometer sua qualidade, mas os avanços têm sido limitados. O amolecimento do fruto está associado à desestruturação das paredes celulares e da lamela média durante o amadurecimento, sendo a pectina o componente que sofre as alterações mais substanciais. As enzimas pectinases, especialmente as poligalacturonases (PG), foram identificadas como essenciais nesse processo de amolecimento.
Os métodos tradicionais de melhoramento são caracterizados por sua lentidão, especialmente considerando a alta ploidia dos morangos. No entanto, técnicas modernas como o CRISPR oferecem precisão e eficiência. A lacuna atual na pesquisa reside na ampliação do uso do CRISPR para incorporar uma gama mais abrangente de características agronômicas nos morangos cultivados, o que poderia potencialmente revolucionar sua produção.
O estudo em questão gerou plantas de morango com supressão do gene FaPG1, utilizando o sistema CRISPR/Cas9. A sequência genômica de FaPG1 foi comparada com os genomas mais recentes de Fragaria × ananassa, identificando duas anotações no cromossomo 6A, uma no genoma Camarosa (FxaC_21g15770) e outra no genoma Royal Royce (Fxa6Ag103973). *Portal do Agronegócio