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Setor produtivo gaúcho acumula prejuízos na colheita de maça há pelo menos cinco safras

O Rio Grande do Sul é responsável por 45% da produção de maçãs do Brasil, com uma área de cultivada de 14 mil hectares, distribuídos em 26 municípios


O presidente da Associação Gaúcha de Produtores de Maçã (Agapomi), Gilberto Marques, ainda estima que será necessário, pelos menos, mais duas ou três safras para equilibrar as perdas registradas este ano. Entre motivos para a baixa na safra estariam a seca prolongada, que castigou o Estado, nos últimos anos; seguida pelo excesso  de chuva registrada, a partir de setembro e, também, em novembro do ano passado.  Conforme o presidente da Agapomi, desde então, os produtores vêm amargando prejuízos, e isso deverá comprometer a safra de 2024.

O dirigente ainda explica que como esses episódios culminaram com o período de colheita do fruto, a safra da maçã ficou comprometida, em especial, na Serra Gaúcha que já registra uma quebra de 27%.  Em Vacaria, esse percentual é ainda mais acentuado, pois a região concentra 85% da produção do Rio Grande do Sul, lá os prejuízos com a quebra de safra foram de 29,07%.  Sendo que em Caxias do Sul houve uma retração de - 40,37% em relação a safra do ano passado.

Ainda segundo o presidente da Agapomi, as variedades mais impactadas pelo mau tempo e a baixa polinização dos pomares foram à maçã Fuji e a Gala, com quebra de safra em trono de 65%. Situação que deve impactar tanto na qualidade do fruto, quanto no preço final, repassado ao consumidor, explica Gilberto.

Além disso, o presidente da Agapomi se queixa da falta de incentivos fiscais e subsídios do governo, em especial, voltados para o pequeno e médio produtor, que terá mais dificuldade para se reerguer, por falta de capital. Principalmente, se considerarmos que, em janeiro de 2024, havia uma estimativa de que seriam colhidas 450 mil toneladas de maçã nesta safra, e o número chegou a apenas 366 mil toneladas do fruto, ou seja, 18,6% a menos do que o volume estimado. Sendo que a variedade Gala foi a que registrou a maior queda, 29% inferior à safra de 2023. Já a variedade Fuji teve uma redução de 24% na safra. O presidente da  Agapomi  explica que o efeito cascata fica claro se levarmos em conta que 98% da produção de maçã no Estado está localizada na Serra Gaúcha e que, em 2023, foram colhidas 501 mil toneladas de maçã no Estado, frente a apenas 366 mil este ano.

O Rio Grande do Sul é responsável por 45% da produção de maçãs do Brasil, com uma área de cultivada de 14 mil hectares, distribuídos em 26 municípios, a maioria deles na Serra Gaúcha. No entanto, a produção tem sido irregular devido às chuvas durante a floração. *Radio Caxias/Noriana Behrend - 16/08/2024.

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