O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT) embarcou para a Missão Técnica Nordeste 2024 com uma agenda repleta de inovações e tecnologias. Durante 5 dias, serão realizadas visitas com o objetivo de promover um intercâmbio de conhecimentos da fruticultura em dois municípios vizinhos separados pelo Rio São Francisco: Petrolina (PE) e Juazeiro (BA).

Presidentes de sindicatos rurais e produtores terão a oportunidade de fazer uma imersão em propriedades e empresas que são referências para a cadeia produtiva de frutas na região do Vale do São Francisco e a possibilidade de explorar essas iniciativas.

O presidente do Sistema Famato, Vilmondes Tomain, explica que Mato Grosso possui aptidão para o desenvolvimento da Fruticultura e classifica a missão técnica como uma oportunidade de trazer conhecimentos aos produtores rurais e fomentar a produção de frutas no estado.

"É um compromisso que nós da federação temos junto ao Senar para levar as pessoas ligadas ao Sistema a conhecerem novas tendências. Na Bahia eles conseguem ter uma grande produção de frutas mesmo com o problema hídrico. Aqui nós não temos esse problema. Então está na hora de Mato Grosso começar a olhar por esse lado, diversificar a sua produção, principalmente os pequenos produtores para atender essa demanda".

Segundo o responsável pela programação técnica, o gerente de Educação Formal do Senar-MT, Marcos Medeiros, a visita será importante para conhecer as metodologias implementadas na Bahia, como o Centro de Excelência em Fruticultura, em Juazeiro.

"Nossa visita terá um momento muito importante e estratégico ao Senar-MT no ponto de vista da Educação Formal, pois estaremos apresentando ao grupo a estrutura e operação do centro. Mato Grosso recebe uma unidade em 2025 que terá como cadeia produtiva Grãos, Fibras e Oleaginosas. Apresentar isso aos presidentes e mostrar a importância desse projeto para o estado e como isso poderá ser utilizado pelos sindicatos rurais". *Senar-MT

Em Juazeiro, comitiva do Senar-MT inicia Missão Técnica Nordeste 2024

Produtores e presidentes de sindicatos rurais de Mato Grosso começaram nesta segunda-feira (29), uma semana de imersão no Vale do Rio São Francisco. A primeira parada do grupo foi o Centro de Excelência em Fruticultura de Juazeiro (BA), que é referência na preparação de novos profissionais para atender a demanda por mão de obra capacitada. Por ano, o Centro de Excelência forma cerca de 100 alunos e 80% deles já saem com uma oportunidade garantida no mercado de trabalho.

Os resultados, a metodologia e a estrutura do Centro de Excelência foram apresentados pela diretora da instituição, Thyara Ribeiro, que destacou a participação das mulheres dentro da cadeia produtiva da fruticultura.

"Nós temos centenas, milhares de mulheres que estão aí na lida, na frente dessa produção, não só na parte da colheita, mas também a frente dessas propriedades produtoras e exportadoras de fruta. Então pra mim é uma honra estar trazendo através do Centro de Excelência essa qualificação, essa capacitação cada vez mais pujante para as mulheres aqui da região".

Para Edmundo Franco, superintendente adjunto do Senar-BA, as iniciativas em Juazeiro serão modelos de inspiração para as ações aplicadas no Centro de Excelência do Senar-MT, que está em fase de obras em Tangará da Serra.

"Nós consideramos de vital importância a troca de experiências e receber a comitiva de Mato Grosso tem sido uma experiência de trocas mútuas, de saberes, e aqui os representantes de Mato Grosso vão ter a oportunidade de conhecer tudo o que há de mais moderno na Fruticultura do Estado da Bahia".

A comitiva de Mato Grosso também esteve em um local importante para a produção de frutas na região de Juazeiro. O Distrito de Irrigação de Maniçoba promove o desenvolvimento agrário, através do fornecimento de água para a produção agrícola e da promoção da sustentabilidade entre os associados. O Perímetro de Maniçoba conta com três estações de bombeamento, que realizam a captação direta do Rio São Francisco. Além disso, são 122 quilômetros de canais que levam água para mais de 9 mil hectares produtivos.

Após visitar uma das estações às margens do "Velho Chico", os produtores viram de perto os impactos da irrigação em uma das propriedades atendidas pelo distrito. Na lavoura de manga, produção farta de encher os olhos. A água não é o único benefício que os agricultores da região possuem. Quem deseja produzir recebe assistência técnica, acompanhamento durante a safra e boa gestão dos negócios.

Os efeitos do trabalho realizado na região impressionaram o presidente do Sistema Famato, Vilmondes Tomain, e salientou os ensinamentos que Mato Grosso pode obter com o sucesso da Fruticultura baiana.

"Os dados são muito bem claros: é uma produção muito rentável para os produtores daqui. Quando você vem a campo e vê os resultados numa região tão seca, mas que recebe água através desse projeto, é surpreendente. Aqui é alto valor agregado e uma alternativa que os nossos produtores estão obtendo para serem implantadas em Mato Grosso. É conhecer melhor o que eles tem aqui e levar para o nosso estado". *Senar-MT